Hell's Paradise - Yuji Kaku

Escrito por Arthur Vieira

. Título: Hell’s Paradise: Jigokuraku – Volume 1
. Editora original: Shueisha (Shonen Jump+)
. Editora no Brasil: Panini
. Gêneros: Ação, Aventura, Fantasia sombria, Horror, Drama
. Volume 1 de 13

Resenha

O mangá começa com várias tentativas de execução contra Gabimaru, o Vazio, um ninja de alto nível da vila de Iwagakure.  Amarrar, queimar, decapitar — nada adianta.  Não é que ele seja imortal: ele apenas não deseja morrer.  Inicialmente, ele declara que sua vida não tem mais propósito, porém, o diálogo com Sagiri Yamada Asaemon, a carrasca encarregada de interrogá-lo, revela a realidade: Gabimaru deseja viver por causa de sua esposa, filha do líder da vila, a única que o tratou com dignidade.

A narrativa volta no tempo para revelar que Gabimaru foi traído por seu próprio sogro e aprisionado.  Sagiri lhe apresenta uma proposta em nome do xogunato: integrar uma expedição rumo à lendária Shinsenkyo, a "Terra Pura", local onde acredita-se que o Elixir da Imortalidade esteja escondido.  Os enviados anteriores voltaram como cadáveres grotescamente transformados em flores e raízes — evidência do risco.

Gabimaru aceita a missão, porém não será simples: o xogunato manda onze sentenciados à morte (assassinos, criminosos e monstros humanos), sendo que cada um deles é acompanhado por um executor do clã Yamada Asaemon, responsável tanto por supervisionar quanto por eliminar o prisioneiro, se necessário.  Yuzuriha, a kunoichi sedutora, e Chobei Aza, o "Rei dos Bandidos", são alguns dos rivais notáveis.


Ao final do volume, após um massacre preliminar em que diversos condenados se matam uns aos outros antes mesmo da partida, os que sobrevivem embarcam em direção à ilha.  Gabimaru afirma que não hesitará em eliminar qualquer ameaça, porém, Sagiri o recorda constantemente do conflito interno que enfrenta: matar para sobreviver ou sobreviver sem matar.

O primeiro volume de Hell's Paradise atua como um prólogo violento, combinando brutalidade gráfica com reflexões sobre apego, arrependimento e sobrevivência.  Gabimaru é retratado como um protagonista contraditório: foi treinado para não sentir, porém é impulsionado por uma emoção pura e intensa.  O uso de flashbacks proporciona profundidade emocional em meio à brutalidade.

Yuji Kaku já demonstra controle da atmosfera de forma visual — expressões faciais intensas, contraste entre violência brutal e beleza quase onírica, antecipando a peculiaridade da ilha que será apresentada no próximo volume.

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