Depois dos acontecimentos iniciais que apresentam Shinji Ikari à NERV e ao papel vital dos Evangelions, a história explora os conflitos emocionais dos personagens. Estes capítulos representam um ponto crucial na narrativa, onde a luta contra os Anjos se entrelaça progressivamente com os traumas, temores e vulnerabilidades internas dos personagens principais.
Shinji segue enfrentando o fardo emocional de conduzir o Eva-01. A aparente tranquilidade entre as investidas dos Anjos é apenas o reflexo de uma tensão que se intensifica. A entrada de Asuka Langley Soryu, uma aviadora de temperamento explosivo e autoestima elevada, altera o equilíbrio do trio principal. A sua relação com Shinji é caracterizada por disputas e competição, mas também evidencia o quão profundamente solitários ambos são. Por outro lado, Rei Ayanami continua enigmática, cada vez mais envolvida em enigmas sobre a essência de sua existência.
Com o passar do tempo, os embates com os Anjos se tornam progressivamente mais intensos e metafóricos, simbolizando mais do que meras batalhas físicas. Em várias situações, os Evas e seus pilotos se deparam com adversários que os forçam a encarar seus próprios temores e recordações mais íntimas. Por exemplo, a vivência de Shinji ao ser absorvido pelo Eva é um dos momentos mais simbólicos, onde o menino se desliga da realidade e entra em uma crise existencial.
Nos bastidores da NERV, a tensão também aumenta. Gendo Ikari, o pai de Shinji, mostra-se cada vez mais manipulador, pronto para sacrificar qualquer pessoa para alcançar suas metas relacionadas ao enigmático Projeto de Instrumentalização Humana. Por outro lado, Misato Katsuragi busca equilibrar sua função como líder e o papel quase maternal que exerce sobre os pilotos, enquanto também carrega consigo suas próprias angústias e lembranças não resolvidas.
A história se desenvolve e o tom psicológico se destaca. A obra é dominada por flashbacks, alucinações e introspecções, desafiando o leitor a decifrar imagens e diálogos repletos de simbolismo. Nesta etapa, Evangelion deixa de ser apenas uma narrativa de ficção científica com robôs gigantes e se aprofunda em questões existenciais: o que nos faz humanos? Existe a possibilidade de viver em reclusão emocional? Qual é o custo da interação com o próximo?
No término deste arco (capítulo 26), o mangá deixa evidente que a batalha contra os Anjos é apenas um cenário para algo mais profundo e perturbador: a desconstrução do "eu" de cada personagem. Todos estão em pedaços, cada um à sua maneira e a guerra, além de desmantelar o mundo externo, revela as ruínas internas de cada um.
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