Frieren e a Jornada para o Além (Volume 3).

. Título original: 葬送のフリーレン 第3巻
. Roteiro: Kanehito Yamada (山田鐘人)
. Arte: Tsukasa Abe (アベツカサ)
. Gênero: Fantasia, Drama, Aventura, Slice of Life
. Editora original (Japão): Shogakukan
. Editora nacional: Panini

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Lições de dor e coragem

O terceiro volume assinala um ponto de inflexão na trajetória de Frieren e Fern. Após uma sequência de momentos contemplativos, agora presenciamos o início de um novo capítulo mais tenso: o embate direto com Aura, a Guardiã da Destruição, uma das últimas remanescentes do exército do Rei Demônio.

Simultaneamente, é neste volume que o jovem guerreiro Stark, discípulo de Eisen (o anão que combateu ao lado de Frieren no grupo original), se une ao grupo. Stark, mesmo sendo robusto, luta contra a ansiedade, o medo e a baixa autoestima — o que contrasta com sua aparência e com seu papel de “herói”. A partir de então, o trio se estabelece: a feiticeira imortal, a aprendiz humana e o guerreiro incerto.

Stark é o personagem central deste volume. Ele é apresentado como um guerreiro aparentemente covarde; contudo, sua vulnerabilidade revela uma característica incomum em personagens do tipo “espadachim protetor”. Ao narrar sua trajetória e expor sua ligação com Eisen, Frieren desmistifica a imagem do herói corajoso.

A cena em que ele derrota um dragão, mesmo tremendo de medo, é simbólica: bravura não é a ausência de medo, mas a capacidade de agir apesar dele. Essa mensagem é fundamental para o arco de Stark e, em uma perspectiva mais ampla, para a atmosfera do mangá.

A aparição de Aura é tratada como um prelúdio de tragédia. Ela simboliza o que restou do grande mal do passado — e o mundo, mesmo após a morte do Rei Demônio, continua a lidar com os resquícios desse período sombrio. Frieren a reconhece não com temor, mas com uma serenidade que vem da experiência.

Essa abordagem não visa moldar a vilã como uma figura carismática ou complexa, mas como o emblema de uma ameaça constante. O foco permanece na reação emocional dos personagens — não na maldade em si.

O legado de Eisen sobrevive em Stark; o de Heiter, em Fern; e, cada vez mais, o de Himmel se manifesta em Frieren. O mangá mostra com delicadeza como os mortos continuam a influenciar os vivos por meio das marcas que deixaram. Isso fica particularmente evidente quando Stark recorda os treinamentos com Eisen e, a partir disso, encontra motivação para agir.

Frieren reafirma: o passado não se apaga — ele transforma o presente.

Este volume, após dois anteriores centrados em ambientação e reflexões silenciosas, traz mais agitação. A chegada de Stark, a iminência do confronto com Aura e o aumento do peso emocional equilibram introspecção com ação. No entanto, Frieren permanece fiel ao seu estilo lírico.

O equilíbrio entre cenas de ação e momentos de pausa confere ao volume um ritmo fluido, sem que perca sua identidade.

O terceiro volume de Frieren representa um verdadeiro ponto de virada: introduz um novo integrante ao grupo, prepara o terreno para um conflito mais direto e, ao mesmo tempo, aprofunda a dimensão emocional da jornada. Stark, com seu temor genuíno e sua bravura inesperada, representa um tipo de heroísmo silencioso que se harmoniza perfeitamente com a atmosfera da obra.


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